Just Green Blood

Faroeste. Estados Unidos. Fim da Guerra Civil. Nova York. Gangues. 



Dessa vez vindo com uma ideia diferente: é como se fossem as primeiras impressões do mangá, e o escolhido foi a obra em andamento de Masasumi Kakizaki na Young Magazine, Green Blood.

Devo confessar que Green Blood é um dos mangás que eu mais tenho carinho, acompanho desde a notícia de seu lançamento, por já ser fã do autor (que é mais conhecido por Rainbow: Nisha Rokubou no Shichinin, mangá seinen de 22 volumes publicado na Shogakukan) e acompanhar essa série desde o começo, apesar de não poder compreendê-la logo de cara, já que a tradução do primeiro capítulo acabou de sair. O mangá é publicado desde 2011 nas páginas da principal revista seinen da editora Kodansha e já conta com 2 volumes encadernados, sendo que o 3º está por vir agora em Junho; é realmente bem cativante e tudo o que eu esperava, um mangá com clima de faroeste, disputas sem leis, com o selo Masasumi Kakizaki de qualidade.


Sem mais delongas, somos diretamente apresentados ao cenário do enredo, uma Nova York pós-Guerra Civil Americana sem leis, mais precisamente no lugar chamado de "A pior 'favela' no mundo" pelo próprio mangá, Os Cinco Pontos. Nesse local, praticamente pós-apocalíptico, existem centenas de gangues lutando por poder, e uma das principais delas é a GD, Grave Digger (Coveiros?). Logo após isso, começamos a acompanhar o irmão Burns mais novo, Luke, que numa bela noite, na volta do árduo trabalho, se depara com 'ladrões' saqueando uma mulher recém chegada a NY já que, naquela época, NY recebia em seus portos todos os dias milhares de imigrantes em busca de uma nova vida nos EUA. E como todo bom personagem de mangá, ele não aguenta e tenta ajudar a moça. Resultado: A moça acaba morta e ele encurralado pelos gangsters, mas salvo bem na hora por seu irmão mais experiente, Brad, que trocou um relógio de ouro maciço por ele.

E é nessa parte que descobrimos quem é o ser das color pages iniciais, que sugerem um assassinato feito por ele. Vemos logo que ele não é um cara qualquer, amedronta desavisados com sua aura, algo que o Masasumi Kakizaki consegue passar perfeitamente ao leitor. Após esse pequeno incidente, vamos a parte mais descontraída do mangá até então e finalmente temos tempo pra respirar. Uma bela relação de irmãos provavelmente orfãos é mostrada, até que o mais novo, Luke, vai dormir, e é aí que o bicho pega. Brad Burns, como vimos no início do capítulo, não é uma pessoa qualquer. Ele sai no meio da noite e caça os folgados que mexeram com o irmão dele; extermina eles, além de reaver o relógio de ouro, que descobrimos que era de seu pai. Só que isso não é feito de uma maneira normal. Antes dos 'ladrões' morrerem, acabam descobrindo uma coisa que não deveriam, o que provavelmente causou suas mortes: Brad é um membro da GD, e não um qualquer, ele é o assassino da gangue, implacável e com sede de sangue, uma lenda conhecida como o Grim Reaper (Ceifador).


Essa foi basicamente a história do primeiro capítulo de Green Blood. Mas bom, com a história já apresentada, vamos aos outros pontos fortes do mangá e, sem dúvida alguma, a arte do Masasumi Kakizaki é o maior deles. É perfeita, linda, amedrontadora, carismática, angustiante, frenética, sem dúvida alguma uma das mais belas de todo o Japão.
O clima de faroeste é outro dos atrativos, já que temos poucos mangás desse nicho. Falas "clichês" e falar minimamente boladas se entralaçam na narrativa tornando o mangá uma leitura frenética, longe de ser chata ou cansativa. É um seinen de ação à lá Berserk, Vagabond e Vinland Saga e esse primeiro capítulo foi sem dúvida um dos melhores primeiros capítulos que eu já li na minha vida, superando até a apresentação da história de Thorfinn em busca de vingança.


Resumindo: é ótimo, gostoso de ler, carismático e viciante. Uma das grandes estreias do ano de 2011, se não a maior, que mais cedo ou mais tarde vai ser descoberta e vai receber seu crédito merecido. Recomendo muito a leitura do mangá e realmente não tenho mais nada pra falar sobre ele, já que esse post foi só uma apresentação da série. Que venham mais capítulos.