Zipang #01

Olá, começando hoje realmente o blog, com um mangá que deve ser meio desconhecido, mas vamos lá, falar de Zipang.


Intro:
Zipang é um mangá de autoria de Kaiji Kawaguchi serializado na antologia seinen Morning, da editora Kodansha, de 2000 à 2009, sendo concluído com exatos 43 volumes compilados. A série teve um anime de 26 episódios produzido pelo Studio Deen em 2004, dirigido pelo diretor de Rurouni Kenshin, Get Backers e Hunter X Hunter. Ganhou o prêmio de melhor mangá "geral" no 26º Kodansha Manga Awards. Vale a pena ressaltar que o mangaká Kaiji Kawaguchi é um dos autores mais importantes da revista Morning e da Kodansha, vencendo o Kodansha Manga Awards 3 vezes e tendo obras como Silent Service (32 volumes), Actor (14 volumes), A Spirit of The Sun (17 volumes), Eagle (11 volumes), e o recém concluído Boku ha Beatles (10 volumes), que deve aparecer por aqui logo também. Geralmente suas histórias tem um background histórico e viagens no tempo.

Sinopse:
Estamos no século 21, 200X, quando o governo japonês decide se aliar aos Estados Unidos e manda vários navios de guerra a Pearl Harbor, porém, um deles, o Mirai, acaba misteriosamente perdendo contato com os outros navios após uma forte tempestade e descobre que acabara voltando vários anos no tempo, para a Batalha de Midway, na Segunda Guerra Mundial. Tudo melhora quando um avião japonês cai perto do navio e o comandante Kadomatsu decide salvar o co-piloto, o que pode mudar toda a história do mundo.


Gerais:

A história do mangá é claramente 'baseada' na plot do filme Holywoodiano "The Final Countdown", mas isso não tira nenhum pouco todo o mérito do mangá. É simplesmente incrível, o primeiro volume é bem estruturado, apesar de um pouco confuso no começo, e logo no primeiro capítulo temos um discurso, do comandante Kadomatsu, que vai fazer você acompanhar o mangá inteiro. A Mirai (que significa Futuro, por alguma razão...) é um grande marketing do governo, e graças a isso, tem um jornalista no navio sempre criticando os exercícios da tripulação e durante uma entrevista com o comandante, esse jornalista pergunta se novatos como a tripulação, que só fizeram exercícios que simulam a realidade até agora, estavam preparados pra uma guerra. Pra quê? O comandante cala ele com outra pergunta, "Você já matou alguém antes?", que é simplesmente genial. Guerra não é uma coisa que você quer participar, você precisa participar. A comparação da guerra, uma luta de verdade, com a morte, foi perfeita e não serviu de resposta só ao jornalista.
Exercícios vão e vem, somos apresentados a tripulação da Mirai até que ocorre a tempestade e, posteriormente, a time travel. E eles vão parar literalmente no MEIO da batalha de Midway, e é aí que você se impressiona mais ainda, onde o autor mostra todo seu conhecimento como historiador e dá um show de bola mostrando navios como o Yamato, que ficou bem marcado na história.Todos os nomes de navios e aviões citados são reais e os acontecimentos também, inclusive o horário em que ocorrem (sim, eu pesquisei).
Após o capitão da Mirai decidir não se meter na guerra, ocorre uma coisa que pode sim mudar toda a história, eles acabam salvando um co-piloto de um avião japonês da morte e assim finalmente se conectam a outra realidade. Aí vem a parte mais 'sinistra' do volume um, o choque de realidades do Grande Empério do Japão com o Japão atual, é incrível ver como esse japonês 'do passado' age, a expressão dele mostra que ele é totalmente nacionalista e que não hesitaria em ser um Kamikaze e que morreria facilmente pela nação dele, porém, o melhor de tudo é a perguntar dele: "O Grande Empério do Japão ainda existe no Século 21?".
E em meio a tudo isso, chegamos ao clímax desse primeiro volume, onde temos uma batalha da Mirai, o Futuro, contra um submarino americano, o passado, e é claro que a Mirai humilhou o submarino. Foi incrível ver o paralelo dos dois, armas tecnológicas contra armas antigas, além de que, foi a primeira batalha da Mirai, e realmente sensacional. "Lutar ou não? Ajudar nosso país a vencer ou não? Mudar a história ou não? Eles escolheram lutar.

Nota: 10|10